Nunca foi um bom negócio mentir ou omitir dados em casos que impactam diretamente na vida das pessoas, em especial quando o que está em jogo é a segurança. No entanto, há quem opte por sonegar as informações verdadeiras ao fazer seguro.
Ao fazer isso, o cliente de seguro está deixando de lado um dos mais importantes princípios que regulam as relações nesse mercado e de qualquer outra troca comercial saudável: a confiança. É preciso que haja boa-fé entre as partes e que as informações fornecidas pelos dois lados sejam verdadeiras para que o contrato a ser firmado seja o mais justo possível.
Grande parte desse tipo de situação está ligada à ideia de que, ao ocultar essas informações ou simplesmente deturpá-las, será possível influenciar o valor da apólice, empurrando o preço para baixo. A questão é que, ao adotar essa prática, independentemente de qual for a intenção, o usuário estará incorrendo em fraude.
Além do risco de crime, mentir ou omitir informações no seguro torna o custo mais alto para todos e pode levar à perda da cobertura. Este artigo explica essas consequências para o usuário e o mercado de seguros.
O barato que pode sair caro
As perguntas feitas na ocasião da contratação de seguros têm sua razão de ser. Muitas delas são voltadas para a consolidação do perfil do cliente, alocando-o em uma categoria de risco que vai determinar o valor da apólice.
No entanto, muitas pessoas escolhem omitir informações que são fundamentais para a determinação de seu perfil de risco. No caso dos automóveis, por exemplo, há segurados que dizem que guardam o carro em garagem, quando, na verdade, nem garagem há. Obviamente, deixá-lo na rua aumenta a sua exposição e a probabilidade de ocorrência de roubos e outros danos, e isso precisa ser levado em conta no cálculo da apólice.
Outra situação muito comum é que pais não registrem filhos com menos de 25 anos como eventuais condutores dos veículos, apesar de isso ocorrer — em muitos casos, o jovem é, inclusive, o principal condutor do veículo. O motivo para essa omissão é que o perfil de homens mais novos, com menos de dois anos de habilitação, está entre os considerados de mais alto risco, ampliando o custo do seguro.
Algumas pessoas ocultam seus verdadeiros hábitos ao usar o veículo, como dizer que não trabalham com ele ou que viajam pouco, mesmo sendo diferente na prática. As seguradoras identificam essas distorções e podem negar indenizações e aplicar penalidades legais. Além disso, compartilham informações sobre fraudadores, restringindo futuras contratações e afetando a análise de risco.
Mentiras prejudicam a todos
Quando alguém opta por tentar fraudar o seguro, os prejuízos também são coletivos. Isso porque a definição dos preços das apólices leva uma série de fatores reunidos na planilha de custos das seguradoras.
O total do valor das indenizações pagas influencia diretamente, pois as seguradoras e qualquer negócio sobrevivem quando suas receitas superam as despesas.
Quando uma pessoa mente ou aplica um golpe para pagar menos ou receber indevidamente, ela aumenta o custo do serviço, elevando o valor para todos.
Nesse caso, o fraudador repassa parte de seu custo para a comunidade dividir. A lógica, então, é que quantos mais fraudes houver, maior será o custo de se contratar um seguro.
Perda do direito à cobertura
Perder o direito à cobertura de um seguro é uma situação séria. Para se ter ideia, isso só ocorre em situações especiais e graves, como no caso de imprudência do segurado — colocando em grande risco seu bem, sua vida ou a de terceiros — ou de séria negligência na manutenção dos seus objetos ou das propriedades sob cobertura dos seguros.
A legislação é tão restritiva que, para que isso aconteça, as seguradoras não apenas devem argumentar pela má conduta do seguro, como ainda provar que tal condição se deu. Equipes de verificação, formadas por profissionais multidisciplinares e experientes, realizam essa tarefa.
Pois saiba que a omissão ou distorção de informações nos questionários estão no mesmo nível de gravidade que a imprudência e a negligência e, normalmente, costumam ser mais fáceis de detectar.
Portanto, o pagamento da sua indenização pode estar em risco caso você opte por fornecer dados falsos na aquisição do seu seguro. E, em grande parte dos casos, a suspensão é integral, isto é, o cliente não recebe nada e ainda pode ter mais custos ao arcar com as questões legais.
Neste post, vimos a importância de preencher corretamente o questionário na hora da aquisição de um seguro. Mentir ou omitir informações pode trazer sérias consequências para quem adota esse tipo de prática e torna o custo dos seguros maior para toda a comunidade de clientes do setor. Portanto, é uma prática que deve ser repudiada por todos.
Agora que você sabe mais sobre a importância de fornecer informações verdadeiras ao fazer um seguro, que tal continuar recebendo novidades e dicas sobre esse mercado? Então, aproveite a visita ao nosso blog e assine a nossa newsletter!