Na estrada do empreendedorismo, eles parecem seguir em comboio. Nessa jornada, uns se quebram, outros disparam rumo ao sucesso. Para um food truck chegar lá, antes de começar a rodar, é preciso seguir uma série de etapas. Já ao longo do caminho, devem ser feitas revisões periódicas do modelo de negócio.
Acompanhe este post e veja o que é necessário — além de comida de qualidade a preço justo — para montar seu negócio de alimentação sobre rodas.
Os modelos de alimentação fora do lar compreendem quiosques, barracas, trailers, carrinhos de comida, tabuleiros e os veículos estilizados com cozinhas adaptadas — mais conhecidos como food trucks.
Segundo o Sebrae, o investimento inicial, tendo como ano-base 2014, vai de R$ 20 mil a R$ 350 mil. Se optar por uma franquia, varia mais ainda. Essa diferença se deve ao tipo de veículo, equipamentos de cozinha e projeto de customização.
Existem oficinas especializadas na adaptação dos veículos. Quaisquer mudanças devem respeitar as normas do Detran. Para funcionar, além do Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito (CAT), é necessário o Comprovante de Capacidade Técnico-Operacional (CCT), fornecido pelo Inmetro.
No projeto, é preciso prever uma área para circulação de, pelo menos, duas pessoas. O layout deve ser funcional e facilitar o trabalho, considerando a existência da cozinha, do balcão de atendimento e do caixa.
A estrutura precisa de pia e bancada em inox; utensílios; equipamentos como fogão, chapa, geladeira, reservatório de água etc. e de um espaço para estocagem adequada dos mantimentos.
Externamente, o design e a pintura são usados para a comunicação e marketing. O food truck também deve ter alarme e, se possível, câmeras de vigilância.
Se for atuar sozinho, com no máximo um funcionário, cadastre-se como microempreendedor individual (MEI) na categoria de Vendedor Ambulante de Produtos Alimentícios. Se tiver sócio(s), pode ser micro ou pequena empresa, dependendo do faturamento.
Uma busca no Cartório (caso seja sociedade simples) ou na Junta Comercial indica se o nome e a marca pretendidos estão disponíveis. Depois, é feita a Declaração de Empresa Individual ou o Arquivamento do Contrato Social.
Nesse momento, verificam-se os antecedentes do(s) empresário(s) na Receita Federal. Se estiverem em dia, solicita-se o CNPJ e a Inscrição Estadual.
Chega a hora de pedir o alvará de funcionamento e o registro na Secretaria Municipal da Fazenda da Prefeitura. Antes de concedê-los, um agente da vigilância sanitária visita o food truck para checar se está cumprindo a resolução RDC nº 216, da Anvisa.
Para obter, finalmente, a licença de vendedor, bastam o enquadramento no respectivo Sindicato Patronal e o cadastramento na Caixa Econômica Federal, para o recolhimento do INSS/FGTS.
Deve-se regularizar o veículo no Denatran, homologando as modificações por meio de um laudo do Inmetro. Além disso, é preciso solicitar a emissão de um novo Certificado de Registro de Veículo (CRV).
Também é preciso regularizar o food truck no Corpo de Bombeiros Militar, para avaliar o cumprimento das normas de prevenção contra incêndios.
Na cidade de São Paulo, pioneira na regulamentação do setor, vale a Lei Municipal 15.947/13. Posteriormente, o Decreto Municipal 55.085/14 ampliou o comércio de comida de rua, autorizando mais do que cachorros-quentes e companhia.
Para atuar em um dos pontos autorizados pela Prefeitura, é preciso tirar o Termo de Permissão de Uso (TPU), cujo custo é baseado no valor do metro quadrado. Como a licença é limitada, nem todos conseguem obtê-la.
Para quem é chef de cozinha, nada substitui o contato com o comensal. As ruas permitem democratizar a alta gastronomia, apresentando-a a quem não tem acesso aos restaurantes estrelados.
Para alcançar o maior público possível, pontos próximos a estações são estratégicos. Porém, avalie as condições de segurança, poluição e limpeza — fatores que tiram o apetite dos clientes.
Boa parte dos empresários opta por alugar uma vaga em espaços gastronômicos (food parks) ou parar no estacionamento de lojas parceiras, onde o TPU não é necessário.
Conforme ficam conhecidos, passam a ser procurados para servir em eventos, de shows a casamentos.
As principais vantagens são a infraestrutura (com mesas comunitárias e banheiros limpos), bem como o público cativo.
Para acertar na escolha do food park (alguns têm lista de espera), considere o fluxo e os hábitos dos frequentadores.
Seja na rua, seja no estacionamento de uma empresa parceira, é preciso avaliar o entorno para saber se existe uma demanda por comida de rua. Se o bairro for residencial, a proximidade com escolas ou parques ajuda no movimento.
Se for um centro comercial, ainda que haja uma saturação de estabelecimentos alimentícios, o food truck pode se diferenciar por oferecer um cardápio único.
Também é bacana não ir muito longe da cozinha de apoio, onde são feitos os preparativos. Caso precise repor algo, a proximidade facilita.
Primeiro, é preciso ter certeza de que a proposta gastronômica é boa. Geralmente, tudo começa com a procura dos amigos. Depois, o boca a boca se encarrega de aumentar os pedidos e, enfim, chega a hora de se profissionalizar. Nesse meio tempo, peça feedbacks e faça bons cursos.
Antes de abrir a empresa, trace um plano de negócio e use-o de guia. Controle o fluxo de caixa por meio de uma planilha com gastos fixos, como ingredientes, gás, combustível, impostos, software, seguro e folhas de pagamentos; e variáveis, como manutenção, aluguéis de diferentes espaços e outros.
Faça um planejamento financeiro. Veja se tem capital próprio para o investimento ou se vai precisar de financiamento. Prepare uma reserva para ter capital de giro e defina o orçamento. Por fim, o mais importante é ter uma meta (perspectiva de lucro) clara.
Ao inaugurar, opere uns dias no esquema soft opening, principalmente se for chamar a imprensa especializada. Assim, há tempo de reparar possíveis problemas antes de receber as críticas.
Desde o início, cuide das redes sociais da empresa e use-as para estabelecer uma comunicação direta com os clientes. Fique alerta para responder todos os comentários com profissionalismo.
A aceitação dos valores pelo público precisa ser observada. O food truck deve oferecer alimentos de qualidade a um preço inferior ao praticado em restaurantes, visto que não há o serviço de garçom nem o conforto do mobiliário, ar-condicionado, etc.
O cardápio, como dito, tem de ser especial e bem posicionado. Ademais, de tempos em tempos, é preciso inovar, mas sem se descaracterizar.
Mantenha o uso de ingredientes de primeira linha. Para agilizar a operação, as receitas podem ser levadas quase prontas e apenas finalizadas no local, sem nunca descuidar da qualidade.
Além de proteger o investimento realizado, caso o food truck seja impossibilitado de funcionar, quanto maior a demora na resolução do problema maior o prejuízo à empresa, a qual ainda tem o orçamento comprometido para arcar com os danos.
Com o seguro, o empresário tem assistência 24 horas, sete dias por semana. Por ser específica para esse modelo de negócio, a apólice garante tanto a proteção da adaptação (veículo e equipamentos), quanto da operação do food truck.
As coberturas variam em função das necessidades. As principais cobrem avarias ocasionadas por curto-circuito, incêndio, raio, vendaval, além de proteger equipamentos estacionários e luminosos.
Ainda há coberturas relativas à responsabilidade civil do empregador para com os funcionários (em decorrência de acidentes de trabalho) e relacionada à segurança alimentar para com terceiros (em caso de alimentos estragados).
Também é possível optar pela cobertura de roubo ou furto qualificado de bens e pela cobertura de lucros cessantes, com direito à indenização em períodos de interrupção da atividade (no máximo três meses). Na dúvida, fale com um corretor.
Tendências à parte, empreender em qualquer área exige dedicação, planejamento e trabalho duro!
Agora que você já sabe como montar um food truck, dê a largada e coloque seu plano de negócio em ação. Só não se esqueça de que, para não correr o risco de ficar — literalmente — parado, antes de começar a rodar é melhor contar com um bom seguro!
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