Os altos e baixos do mercado, as más notícias da economia ou o aumento dos preços são exemplos de fatores que geram insegurança financeira, não concorda? Isso é ainda mais impactante para os profissionais autônomos que estão especialmente sujeitos a esse estado devido à instabilidade do seu formato de trabalho.
Afinal, esse grupo habitualmente atua como freelancer com contratos que os clientes podem simplesmente encerrar de uma hora para outra. Assim, surgem dúvidas ou dificuldades reais para arcar com as contas e, como efeito, uma grande preocupação.
Porém, existem medidas que quando adotadas promovem certo conforto mesmo para quem trabalha nesse modelo. Quer saber quais são as melhores? Siga a leitura para descobrir!
O que significa insegurança financeira?
Um estado de ausência ou dúvida acerca da própria capacidade de arcar com as despesas associado a uma grande preocupação com isso explica bem as duas dimensões da insegurança financeira. Logo, pode-se perceber que o conceito se refere tanto à situação real quanto às suas consequências emocionais.
Nesse sentido, é importante destacar que se trata de um quadro em que a pouca estabilidade profissional, a falta de recursos e a dificuldade de lidar com o dinheiro extrapolam o comum, levando a sintomas de desconforto, angústia ou aflição que, até mesmo, atingem o nível do desespero.
Como identificar a insegurança financeira?
Um engano comum é pensar que esse estado ocorre apenas quando se perde a capacidade de pagamento das contas mais básicas a ponto de afetar a sobrevivência. A pressão social para manter um padrão de consumo elevado também pode gerar essa insegurança. Portanto, sua identificação depende de observar uma combinação de fatores.
No âmbito financeiro, endividamento excessivo, desequilíbrio entre ganhos e gastos, bem como a falta de reservas são sinais de alerta. Na dimensão emocional, é preciso ficar atento a dúvidas ou preocupações constantes em relação ao assunto associadas a pensamentos ansiosos persistentes que afetam o sono, a sociabilidade e a saúde física.
Como esse quadro impacta a saúde mental?
Se a insegurança financeira é um estado que afeta tanto o bolso quanto o emocional, é inegável sua relação com a saúde mental. A começar pelo estresse envolvido. Isto é, quando o cérebro não consegue lidar com uma demanda intelectual ou sentimental.
Além disso, as questões em torno do problema, a exemplo de suas causas e da maneira como cada um responde à ele contribuem para o desenvolvimento ou a piora do quadro de adoecimento.
Basta notar que pensar demais em como será o futuro é a definição de ansiedade, assim como se culpabilizar pela situação ou não sentir que pode resolver são degraus na escalada para a depressão.
Como lidar com a insegurança financeira sendo autônomo?
Com as nuances envolvidas, é preciso agir de forma estratégica para resolver a questão tanto do ponto de vista prático quanto do emocional. Confira as melhores dicas para um autônomo lidar com isso a seguir!
Preste atenção a escolha do formato jurídico-contábil
O acesso a direitos e a oportunidades passa pela formalização do trabalho autônomo. Diante disso, a legislação brasileira apresenta diversos formatos que permitem a realização de contribuições e o registro em órgãos públicos. Só que essa escolha depende de uma boa análise.
Desse modo, vale entender os impostos cabíveis em cada modelo antes de decidir se o ideal é atuar como pessoa física ou jurídica, por exemplo. Ainda, é útil pesquisar sobre quando é viável ser profissional liberal, MEI etc., visando selecionar a opção mais adequada e benéfica para sua realidade financeira.
Aprenda a planejar e controlar o uso de seu dinheiro
Muitas decisões de um autônomo podem gerar insegurança financeira. Desde manter um padrão de vida acima da sua renda até gastar tudo o que ganha são exemplos. Indo mais a fundo, a estratégia de precificação também faz parte desse contexto.
Não errar nesses pontos passa por um planejamento que depende de um controle apurado do que entra e do que é gasto. Pois, somente a partir disso é viável estabelecer metas de faturamento e limitar as despesas para conseguir ter uma reserva de emergência capaz de reduzir o déficit ou garantir os pagamentos nos momentos de baixa demanda.
Diversifique suas fontes de receita
Questões macroeconômicas ou mercadológicas também afetam a renda e o poder de compra, especialmente por criarem sazonalidades na área em que o autônomo atua. A melhor medida para lidar com essas situações é diversificar as fontes de receita.
Ter vários clientes e atuar em mais de uma frente são ações que permitem isso. No primeiro caso, é importante fazer uma prospecção ativa e constante para renovar a carteira, minimizando os efeitos do fim de contratos. Já para o segundo, uma ideia é aumentar o portfólio de produtos ou serviços com soluções que complementam a sua proposta atual.
Use seguros como medidas de proteção
Mais que problemas econômicos e falhas no planejamento, situações adversas são outro exemplo do que pode causar insegurança financeira. A boa notícia é que existem produtos de securitização que os autônomos conseguem usar para se precaver delas. Em geral, é interessante contar com seguros que abrangem coberturas:
- em saúde para lidar com despesas em caso de adoecimento;
- de responsabilidade civil profissional ideais quando surgem questões legais;
- sobre o lucro cessante para momentos em que a atividade precisa ser paralisada;
- patrimoniais e residenciais para danos a bens;
- cibernéticas se equipamentos eletrônicos são seu meio de trabalho.
Um detalhe importante é que muitas dessas possibilidades são voltadas a pessoas jurídicas. Ou seja, esse também é um fator relevante na hora de avaliar qual é o melhor formato para formalizar seu negócio.
Não ignore que esse estado também é um problema de saúde
Normalmente, a insegurança financeira vai se construindo com a piora da capacidade de pagamento e o aumento da preocupação. Esse processo faz com que algumas pessoas só percebam o problema quando ele já é grave. Dessa forma, o primeiro passo para as soluções é reconhecer a situação.
Nesse ponto, superar o endividamento e a falta de dinheiro deve envolver uma mudança de hábitos. Em complemento, a questão emocional tende a requerer ajuda especializada. Uma dica valiosa para facilitar essa jornada é abordar a saúde mental do mesmo modo que a física.
A insegurança financeira está presente em maior ou menor nível na vida da maioria das pessoas. Ainda assim, os autônomos estão mais sujeitos a volatilidade econômica e mercadológica que causa isso. Com as dicas desse conteúdo fica mais fácil lidar com o quadro prático e emocional por trás desse problema.
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