As responsabilidades de quem dirige não se limitam apenas àquilo que acontece quando se está ao volante. Afinal, problemas no automóvel, a exemplo de um pneu careca, podem colocar em risco outros motoristas, passageiros e pedestres.
Nesse caso, o condutor precisa estender seu papel para identificar, evitar e resolver tal situação, uma vez que as consequências de não prestar atenção a isso são tão abrangentes quanto sérias.
Descubra mais sobre elas e como agir para rodar com tranquilidade por aí!
Quais são os riscos e efeitos de rodar com pneu careca?
Atenção! Pois, as consequências de estar trafegando com o pneu do carro careca abrangem um conjunto de riscos bastante graves. Veja a seguir os principais!
Acidentes e derrapagens
Pneu careca é sinônimo de perda de aderência com a estrada, já que sua deterioração é um processo que reduz os elementos de atrito presentes na borracha. Cabe notar que essa situação é especialmente séria quando se está dirigindo um bem cujo peso pode ser medido em toneladas.
Esse quadro deixa a frenagem prejudicada, levando a derrapagens e pouca estabilidade para rodar com segurança. Basicamente, é necessária uma distância maior para o carro parar completamente e quando é preciso atingir esse ponto rapidamente, há chuva ou se está em uma via cheia, não será possível. Logo, ocorrem acidentes.
Aquaplanagem
Obviamente, a chuva tem relação direta com o surgimento de uma camada de água na pista. O que nem todos sabem é que se o pneu não está careca, ela é drenada pelas ranhuras, evitando a perda de contato com a via e de controle do veículo. Porém, a diminuição desses elementos de atrito gera aquaplanagem e suas consequências.
Prejuízos no alinhamento do veículo
Não é à toa que a estabilidade de um veículo fica reduzida se ele está com pneu careca, a medida que existe uma perda de pressão e de resistência das rodas nesse quadro. Mais que isso, um dos principais indícios desses problemas, o volante tremendo e puxando, demonstra o risco envolvido.
Basta pensar um pouco para entender que o alinhamento do veículo em desequilíbrio afeta negativamente a dirigibilidade e aumenta o desgaste dos componentes de sistemas como:
- suspensão;
- frenagem;
- direção.
Atolamento
Em estradas de terra ou areia, o quadro de falta de atrito com o solo vai além das derrapagens e frenagens lentas, podendo deixar o veículo atolado em determinadas circunstância. Uma delas, o barro em excesso que cria um verdadeiro lamaçal é um exemplo claro disso e do desafio de sair depois com o pneu sem aderência.
Aumento dos custos de manutenção
Com peças de diversos sistemas sendo sobrecarregadas, a maior necessidade de trocas e consertos se soma a redução da durabilidade dos componentes para aumentar os custos de manutenção.
E não é só isso que faz as despesas com o veículo subirem com a presença de pneus carecas, sabia? O consumo de combustível também cresce com a elevação da demanda por força para mover o automóvel conforme a dirigibilidade cai.
Quais são as penalidades ligadas a esses riscos?
Tanto o artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro quanto o 4º da Resolução CONTRAN de número 913 tratam das consequências administrativas e jurídicas de rodar com pneu careca pelas vias do país.
O primeiro não cita diretamente essa condição, mas aborda todos os componentes em sua proibição de circular com qualquer um deles em estado insuficiente. Essa norma classifica o quadro como infração grave, deixando o condutor sujeito à multa de R$ 195,23, perda de 5 pontos na Carteira Nacional de Habilitação e apreensão do bem até a correção.
Em complemento, a segunda normativa trata especificamente do assunto e fornece parâmetros para a avaliação. Nesse caso, o texto veta o deslocamento se a profundidade remanescente for inferior a 1,6 milímetro.
Como lidar com um pneu careca?
Com riscos e consequências legais em jogo, não é viável ignorar o problema, certo? Confira a seguir como abordar o assunto e cuidar dos pneus de maneira correta em cada momento!
Identificação
Pneu careca significa que a borracha está desgastada até o ponto em que suas ranhuras perderam a função. Ou seja, deixam de existir elementos que garantem a aderência com a via. Porém, o problema já existe antes disso, quando os sulcos começam a ficar muito rasos.
Com a legislação indicando 1,6 milímetro como referência de limite, o ideal é averiguar com frequência a partir do surgimento dos primeiros sinais de queda da dirigibilidade. Assim, vale ficar atento se o volante estiver vibrando ou puxando, por exemplo.
A melhor forma de identificar o quadro é por meio do Indicador de Desgaste do Pneu ou TWI. Isto é, um marcador presente nesse componente automotivo. A ideia por trás disso é simples: quando atingido esse patamar, os pneus chegaram em seu limite. Alternativamente, pode-se usar um aferidor de profundidade manual ou eletrônico.
Prevenção
A identificação pressupõe que o processo de desgaste que leva a um pneu careca está avançado. Todavia, os motoristas mais precavidos buscam atuar para evitar esse quadro por meio de:
- diminuição das cargas transportadas;
- escolha de produtos de qualidade;
- implementação de uma direção cautelosa;
- observação das instruções do fabricante;
- priorização de vias em melhor estado;
- realização de calibragem, alinhamento e balanceamento frequentes;
- rodízio de posições entre as rodas;
- vistorias e registro da profundidade das ranhuras.
Solução
Por um lado, existem motoristas adeptos da recapagem do pneu, principalmente por seu baixo custo. Por outro, há aqueles que consideram que ir direto para a troca é a melhor opção.
Entretanto, essa segunda alternativa pode ser a única disponível se o componente estiver com a carcaça excessivamente desgastada. Na prática, esse é um estado em que nenhuma ação corretiva consegue ampliar sua vida útil. Além do mais, um dos maiores riscos envolvidos é o item estourar enquanto o carro está em movimento.
Pneu careca é um problema que coloca a segurança de condutores, passageiros e pedestres em risco. Assim, é relevante dar atenção a esse assunto, investindo em sua identificação, prevenção e solução, a fim de evitar consequências tanto no trânsito quanto perante a lei.
Quem não descuida da sua segurança, segue a Pulso em suas páginas nas redes sociais para ficar em dia com nossas dicas. Junte-se a nós no Facebook, X, LinkedIn e Instagram você também!